Se
você acompanha UFC há mais de três anos, certamente se lembra dos
tempos em que só se falavam sobre superlutas na organização.
Naquela época, os campeões eram outros e as categorias estavam
perdendo um pouco da graça por conta do domínio absurdo de quatro
lutadores.
Jon
Jones, George St-Pierre, José Aldo e Anderson Silva eram como
imbatíveis. Bones, como é conhecido, se tornou o mais jovem campeão
do UFC em 2011 e não largou mais o cinturão. Foram oito defesas
bem-sucedidas, até ser afastado por problemas fora do octógono. GSP
começou seu reinado em 2007, que durou seis anos, até se afastar em
2013. E os brasileiros não ficaram para trás. Aldo era o único
campeão dos penas da história da organização antes de ser
derrotado por Conor McGregor, e Spider dispensa comentários: campeão
desde 2006, é considerado um dos melhores lutadores da história do
MMA.
Com
esse cenário, os fãs do esporte já estavam perdendo um pouco da
vontade de acompanhar o esporte. Afinal, qualquer adversário
escolhido para enfrentar um desses quatro saíra derrotado do
octógono. E assim acontecia.
Foi
aí, então, que começaram a surgir especulações sobre as famosas
superlutas, tratadas como uma forma de "salvar" o UFC. Não
que a organização estivesse falindo, longe disso, mas seria uma
forma de gerar uma nova expectativa do público, conseguir promover
grande eventos e, com isso, lucrar muito mais dinheiro.
Anderson
Silva era sempre o mais lembrado, sendo especulado para combates
contra George St-Pierre, de uma categoria de peso abaixo, ou Jon
Jones, uma acima. Dana White, chefão do UFC, na coletiva de imprensa
do UFC 159, chegou a afirmar Spider havia pedido um desses
adversários para ele, mas que "ele não deveria estar pensando
em uma supeluta agora". Bones demonstrava concordar com esses
duelos e esperava dar o pontapé inicial após superar Anthony
Johnson, citando até mesmo uma luta Fabrício Werdum, então campeão
interino dos pesados.
Já
José Aldo era sempre colocado na rota de Anthony Pettis, que apesar
de não ter feito muitas defesas de cinturão como os outros citados,
havia varrido toda a divisão dos leves, uma mais pesada que do
ex-campeão brasileiro.
Apesar
de todo apelo midiático e qualidade de entretenimento que se
esperava sobre esse tipo de luta, como todos sabem, nenhuma chegou a
sair do papel.
Dana
White e a organização do UFC sabiam do cuidado que seria necessário
para promover uma atração como essas. Uma das maiores dificuldades
era em relação ao peso dos atletas, já que o mais leve não queria
subir e o mais pesado afirmava que não conseguia descer. Qualquer
errinho de calculo poderia beneficiar um dos lados e o resultado
final "queimar" um grande campeão da casa.
Hoje,
no entanto, o UFC vive um outro momento. Com uma reviravolta e a
troca de quase todos os campeões em menos de dois anos, não há
mais por que se falar em superlutas. A palavra do momento é
"revanche". Com as derrotas dos supercampeões - Aldo,
Ronda Rousey, Cain Velasquez e Anderson Silva - e ausência de outros
dois - Jones e GSP -, não faz mais sentido pensar neste tipo de
luta. Já os reencontros são vistos com ótimos olhos e são eles
que deverão fazer a organização "bombar" em 2016.
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